Publicação

Mas o fechamento não foi bem o fechamento!
De tanto ouvir: "Caramba, vocês tem tantas história, daria um livro!" resolvemos ouvir os conselhos e colocar a mão na massa para agora um trabalho diferente...
Nos fechamos em um quarto, usamos papel, caneta, computadores. Ficamos sentados, pensando, escrevendo... Um trabalho cabeçudo, mas que rendeu poesia, nostalgia, mais e mais arte, outras artes.
Pelas nossas mãos e mentes (Diane e Alexandre), surgiu aquilo que estamos aguardando ficar pronto... O primeiro filho do casal!
Para nos ajudar contamos com o Israel, do coletivo Literatura Suburbana, mais uma vez presente! Mas nada do que ele disse colocarei aqui! Espero que aguardem...
O que gostaria de colocar é o inesperado texto recebido pelos também sempre presentes, pessoal do Lixo Arte!
Recebi atrasado, e por isso, infelizmente não entrará na publicação.
Fica aqui então, aquilo que tenho orgulho de divulgar, essa amizade:
"São Paulo, janeiro de 2010.

Sobre e para o Bolinho

Conhecemos Alexandre, Diane e Danilo no Teatro Vocacional em 2005, no Tendal, o “santuário” cultural da Lapa. Na época o grupo ainda estava sob a alcunha de Bolinho de Arroz. Eles chamavam a atenção pelos seus espetáculos, distante da altura dos palcos, executados na rua, mesclando batuques e textos com linguagem direta para o “urbanóide”.

Quando mandamos nosso projeto para participar no edital do programa VAI, não sabíamos que o Bolinho também havia mandado, e assim como nós foi contemplado pelo 2º ano consecutivo (2008 e 2009).
Ficamos surpresos por seu trabalho diferenciado. São poucos os grupos de teatro que apresentaram, ou melhor, teve “coragem”, mesmo com difícil acesso, de apresentar seus espetáculos na Fundação Casa, antiga FEBEM.

Toda a dificuldade é um aprendizado e para nós o Bolinho sempre esteve apreendendo e vencendo desafios, encarando a rua como um palco, seja dentro de um presídio ou em lugares onde não existia cultura, não importa o lugar, não importa a forma: o jeito criativo com que o grupo aborda as pessoas e o que faz desse grupo de espectadores, tornando-os atores em cada cena de um espetáculo improvisado, como que eles se vêem nas peças, e como que eles enxergam o mundo através da dramatização do grupo.

Em outubro de 2009 tivemos a grande honra de convidá-los para participar do 1º Festival Cultural Lixo Arte na Vila dos Palmares, bairro situado no Morro Doce, no extremo oeste da capital, aonde realizávamos nosso projeto, e onde eles estariam apresentando uma amostra do seu trabalho desenvolvido em Taipas.
As participações com o grupo Bolinho sempre foram muito positivas. As crianças que não tinham acesso a teatro puderam assistir ao espetáculo e se familarizar-se com ele. Eles foram primordiais assim como nós, ajudando o evento a acontecer.

Ficamos muito felizes com essa participação deles no nosso evento, pois todos que fizeram o festival se fortaleceram como uma rede.
Dois meses depois, em dezembro, fomos convidados para o evento que eles promoveriam em Taipas. Assim como nós, eles também foram pioneiros a realizar seu projeto ali.
A criançada estava meio curiosa a respeito do que iria acontecer no dia, fomos fazer estamparia solidária de camisetas. Elas faziam fila para estampar, traziam seu estoque de camisetas guardado em casa. O evento foi um espetáculo.

Gostamos muito de ter somado com o grupo Bolinho. Mostrou que a galera de Taipas precisa que mais eventos como esses aconteçam por lá, assim como nós, junto com outros grupos, nos comprometemos em realizar eventos na região do Morro Doce e, não obstante, esperamos formar novas parcerias em breve.

Sempre foi, e sempre será um prazer enorme ter o Bolinho como amigo e parceiro em alguma atividade que formos realizar.

Um grande e sincero abraço!


Lady, Daniel, Ari e Preto – Grupo Lixo Arte"

Diane Boda